sexta-feira, 22 de outubro de 2010

GRAVIDEZ DEPOIS DOS 30

Durante muito tempo existiu uma série de mitos em torno de mulheres que engravidam a partir de certa idade. Depois dos 28 anos, a gestante era considerada primigesta idosa, constituindo-se um fator de risco para o parto normal, o que exigia a indicação de cesariana.
Uma mulher que engravidasse com mais de 35 anos estaria fadada a uma gravidez de risco.
Atualmente este conceito também está descartado, a menos que existiam outros riscos associados ao fator idade: hipertensão, diabetes, problemas circulatórios, que podem aparecer ao longo da vida da mulher.
A verdade é que a mulher já nasce com todos os óvulos que ela terá em sua vida São cerca de 400 mil futuros folículos que vão eliminar um ou mais óvulos durante sua vida menstrual. Esses óvulos são preservados no ovário até uma determinada idade. A partir dos 35 anos, e principalmente a partir dos 40, a natureza não preserva esses óvulos tão bem como antes, podendo ocorrer mais alterações cromossômicas, em especial a síndrome do cromossomo 21, a síndrome de Down ou mongolismo.
Se a mulher mais velha decide engravidar, não sofrerá alteração cromossômica, mas é possível realizar dois tipos de exames que certificam a futura mãe de que ela está gerando um bebê cromossomicamente normal:
Punção trofoblástica
Pode ser feita a partir da nona até 12º semana de gestação.
Consiste na introdução de uma agulha por via abdominal, acompanhada de ultra-sonografia, em que são aspiradas células da placenta para se fazer a verificação da normalidade cromossômica do bebê. Através desse exame pode-se identificar também o sexo do bebê.
Punção amniótica
Consiste na introdução de uma agulha por via abdominal, em que se aspira o líquido amniótico, fazendo-se uma cultura que dará o mesmo tipo de resultado: o sexo e o estudo cromossômico do bebê. É realizada entre a 14 e a 17 semanas.
Feito o diagnóstico genético, a gravidez numa mulher com mais idade segue a rotina de um pré-natal normal, pois, como vimos, não se considera a idade um fator de risco isolado.

Cólicas
As cólicas na gravidez devem ser leves e nunca acompanhadas de sangramento. São normais no início da gestação, desde que sejam fracas. Principalmente na primeira gravidez, conforme o útero vai se esticando, estirando, ele vai se embebendo de hormônios, podendo ocorrer uma sensação de cólica leve, como se fosse “descer”a menstruação.
Quando não se dispunha de teste mais precoce, era comum as mulheres, não sabendo que estavam grávidas, andarem por muito tempo com absorventes, pois tinham a sensação de que iriam menstruar: as mamas grandes, enrijecidas, e, no útero, a sensação de cólica.
As cólicas devem ser leves e, à medida que se aproxima do terceiro mês ( da 12º semana ) de gestação, devem ser cada vez menos freqüentes e nunca acompanhadas de sangramento.
É preciso saber a diferença entre contração e cólica. Diferentemente da cólica, a contração é uma sensação de enrijecimento, de endurecimento, de constrição. Já a cólica é uma sensação dolorosa, em geral na região do púbis, podendo ou não se irradiar para a região lombar.A contração pode vir sem cólica, e a cólica pode vir sem contração. Caso as cólicas sejam muito freqüentes, a mulher deve ser orientada no sentido de diminuir as atividades mais agressivas, fazer repouso e, em alguns casos, deve tomar medicamentos. Lembre-se de que a possibilidade de uma infecção urinária assintomática pode ser diagnosticada por um exame de urina.

Hemorragia genital
Uma das coisas que mais assusta a mulher grávida é o sangramento. E é natural que ela pense que não deve mais sangrar até o parto. O sangramento não significa necessariamente risco de aborto, mas também pode ser um dos primeiros sinais de que a gravidez não vai bem.
Infelizmente de cada dez gestações, uma acaba em abortamento. Nestes casos são abortos de origem ovular, ou seja, um ovo que não está bem geneticamente, que o organismo rejeita e elimina sob a forma de aborto, não adiantando repouso, medicamentos ou cuidados médicos, pois a força de eliminação é muito maior.
Vamos explicar o sangramento vaginal de acordo com os trimestres da gravidez:No primeiro trimestre da gravidez - O sangramento vaginal no início da gravidez pode significar uma ameaça de aborto ele pode ser acompanhado ou não de cólicas. Neste caso, deve-se fazer uma ultra-sonografia para verificar o bem-estar fetal e para que seja afastada a hipótese de ameaça de aborto e de um embrião com problemas, o chamado ovo cego. Também deve ser afastada a hipótese de uma gravidez fora do útero, a gravidez tubária, e ainda a possibilidade de um sangramento do colo do útero, já que a grávida pode ter pequenas feridas nessa região ou algumas formações no colo do útero - pólipos -, que podem ser a causa de sangramento.
Por outro lado, nas primeiras 16º semanas de gravidez, podem ocorrer sangramentos perfeitamente normais. Na gestação, o endométrio - camada interna do útero que descama todo mês na menstruação - passa a se chamar decídua, que é progressivamente recoberta pelo saco gestacional. Este processo se completa na 16º semana, e até este momento podem ocorrer descamações e sangramentos que não oferecem maiores perigos à gestante.
No segundo trimestre da gravidez - A placenta deve estar inserida na parede do fundo do útero, na sua porção anterior, posterior e lateral, mas não no segmento inferior - região localizada entre o colo e o corpo uterino que se forma durante a gravidez. Quando a placenta está localizada no segmento inferior, é chamada placenta baixa. Aliás, um sangramento vaginal pode ser sinal de placenta baixa.
Outras vezes, a placenta se localiza na região do colo do útero, a chamada PLACENTA PREVIA. Esta é a mais traiçoeira, pois provoca sangramentos imotivados, imprevisíveis, independentemente de repouso ou de medicamentos.
A conduta em caso de sangramento no segundo trimestre também é fazer a ultra-sonografia, pois pode se tratar de placenta baixa. Aconselha-se também o repouso, pois até o final da gravidez a placenta pode subir.
No terceiro trimestre da gravidez -O sangramento vaginal tem gravidade maior nesta fase, porque pode ser o caso de deslocamento da placenta, com sangramento doloroso, acompanhando de dor, pontadas e cólicas fortes. Diante de uma hemorragia, deve-se procurar um médico, fazer repouso, procurar um serviço assistencial e, quase sempre, os médicos recomendam uma ultra-sonografia. Mas acalme-se! Lembre-se de que o sangramento não significa necessariamente o mau sucesso de sua gravidez. A conduta a ser seguida é avisar o médico o mais rápido possível; depois, em geral, se faz uma ultra-sonografia. O repouso é sempre recomendado e muitas vezes o médico ministra um antiespasmódico e um relaxante muscular.


fonte :http://www.floresti.com.br

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